Texto: Jorge Américo
Ilustração: Luís Lobo Henriques
Sem palavra que defina
Fumaça disfarçada de neblina
Presença nociva que contamina
Viola triste que desafina
Esperança que se perde na primeira esquina
Verdade que desatina
Dorzinha que passa com aspirina
Navalha que risca a face feminina
Revolta silenciosa feito buzina
Pavio apagado convertendo lágrima em parafina
Pensamentos voantes de menina
Os dois amores de Columbina
Lembrança que sufoca em surdina
Clarão que não ilumina
Fogueira de São João debaixo de garoa fina
Carro ladeira acima sem gasolina
Passado e futuro à beira da ruína
Avião de papel com defeito na turbina
Cerveja em garrafa de tubaína
Menino tentando crescer sem vitamina
Pão amanhecido sem margarina
Pedrinha que aprisiona a urina
Cartilha que indisciplina
Ciência que não se ensina
Açougueiro com licença para exercer a Medicina
Mundo sujo espelhado na retina
Água ardida que alucina
Substância letal em ampola de vacina
Vinagre para amaciar a carne na piscina
Micróbio se alimentando de penicilina
Capital do Capital invejando Teresina
Templo edificado em gelatina
Força bruta contra gente pequenina
Um tiro de borracha na costela para conter a adrenalina
Passagem proibida por excesso de melanina
Fumaça disfarçada de neblina
Presença nociva que contamina
Viola triste que desafina
Esperança que se perde na primeira esquina
Verdade que desatina
Dorzinha que passa com aspirina
Navalha que risca a face feminina
Revolta silenciosa feito buzina
Pavio apagado convertendo lágrima em parafina
Pensamentos voantes de menina
Os dois amores de Columbina
Lembrança que sufoca em surdina
Clarão que não ilumina
Fogueira de São João debaixo de garoa fina
Carro ladeira acima sem gasolina
Passado e futuro à beira da ruína
Avião de papel com defeito na turbina
Cerveja em garrafa de tubaína
Menino tentando crescer sem vitamina
Pão amanhecido sem margarina
Pedrinha que aprisiona a urina
Cartilha que indisciplina
Ciência que não se ensina
Açougueiro com licença para exercer a Medicina
Mundo sujo espelhado na retina
Água ardida que alucina
Substância letal em ampola de vacina
Vinagre para amaciar a carne na piscina
Micróbio se alimentando de penicilina
Capital do Capital invejando Teresina
Templo edificado em gelatina
Força bruta contra gente pequenina
Um tiro de borracha na costela para conter a adrenalina
Passagem proibida por excesso de melanina
Um comentário:
Gostei...
tanto dos versos ternos, quando daqueles q cutucam.
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