vou embora vou embora vou embora
canta o pássaro selvagem na cidade
domesticado ao extremo
canta pelas bordas do penar
ele pasma com seu próprio canto
e chora lágrimas externas rachadas suadas calejadas
canta a saudade nostálgica do ontem
dos amores deixados lá...
sua maledicência exime sua desobediência porém o pássaro pardal-águia não voa aquele vôo...
canta amigo suas queixas,
desoladas...
desorientado
parte pro súdito percorrido da vida
vou me embora vou me embora
um canto descomunal em altiplano
uma reverberação da própria
luz que se emite em tonante
uma descomunal vibração se enleva do pássaro selvagem
de volta ao sonho do bater de asas
voar e distanciar-se do mundo cardíaco
percorrido sua trajetória o pássaro selvagem
se entoa como um ser pueril na sua
conflagração atemporal dos antepassados
que com ele voam ao infinito.
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