quarta-feira, 25 de abril de 2007

Teatro Vocacional no Jd. Pantanal

Teatro Vocacional surge no Jd. Pantanal como forma de aproximar esse público
distante da cultura e através das aulas engendrar a comunidade através das oficinas na arte, romper os padrões preestabelecidos.
As oficinas de teatro vocacional são ministradas por Nora Toledo, da Companhia de teatro Os Satyros.

Grátis toda terça-feira em 2 horários - Das 15hrs ás 18hrs e das 19hrs ás 22hrs.

Rua Madre Vistosa de Deus nº 40 B - Info no tel: 6585-7299 com Breguesso.

A palavra teatro define tanto o prédio onde podem se apresentar várias formas de artes quanto uma determinada forma de arte. O vocábulo grego Théatron estabelece o lugar físico do espectador, "lugar onde se vai para ver".
Entretanto o teatro também é o lugar onde acontece o drama frente a audiência, complemento real e imaginário que acontece no local de representação.
Toda reflexão que tenha o drama como objeto precisa se apoiar numa tríade: quem vê, o que se vê, e o imaginado.
O teatro é um fenômeno que existe nos espaços do presente e do imaginário, e nos tempos individuais e coletivos

terça-feira, 24 de abril de 2007

Fato Histórico em Suzano

Noite de lançamento da antologia

“Novos Talentos da Literatura Brasileira”

A Prefeitura de Suzano, por meio da Secretaria de Cultura lança a antologia “Novos Talentos da Literatura Brasileira”, que reúne as dez melhores poesias e os dez melhores contos do II Concurso Literário de Suzano, realizado em 2006.

Quem estiver presente no lançamento ganhará um exemplar do livro autografado pelos autores.

Obs: Todos os textos são inéditos

Dia: 26/4 – Quinta – 20h
Local: Centro Cultural de Suzano
Rua Benjamin Constant, 682 – Centro – Suzano – S.P

segunda-feira, 23 de abril de 2007

28/04 Encontro Eco-Cultural

Os Encontros estão cada vez melhores e cada vez mais pessoas estão se interessando em colaborar.

No último Encontro estivemos mais focados na limpeza do local. Ainda não terminamos, porém já conseguimos terminar uma boa parte. Para comemorar e unir forças ao projeto de recuperação ecológica do local. No dia 28 de abril, sábado, à partir das 15:00h, acontecerá o Sarau do Eco-Cultural com a presença de grupos de teatros, música, karatê, poesia, artes plásticas e o que mais você quiser levar. Basta chegar e se enturmar com o pessoal.
O evento acontecerá em um pedaço do terreno que recuperamos e descobrimos no meio do matagal que estava. Onde será o nosso espaço cultural.
Para saber mais e tirar suas dúvidas, deêm uma olhada no cartaz:

Clique nas imagens para ampliar

e nas matérias que falam sobre o evento neste blog e no Outra Versão Zine, onde vocês encontrarão fotos e fatos mais detalhados sobre o Eco-Cultural.

PS: QUALQUER DIVULGAÇÃO DO EVENTO É BEM-VINDA :)

Literatura no Brasil

Trocando idéias aborda obra do Romantismo

Promovido pela Associação Cultural Literatura no Brasil toda última terça-feira do mês, o projeto Trocando Idéias abordará na edição do próximo dia 24 a obra “A Viuvinha e Cinco Minutos”, de José de Alencar, lançada em 1856. O evento será realizado no Centro Cultural de Suzano a partir das 20h. A entrada é gratuita. Outras informações pelo telefone 4747-4180 ou no blog da Associação:
www.literaturanobrasil.blogspot.com

A atividade contará no início com uma performance baseada na história “Cinco Minutos”, interpretada pelo escritor Ademiro Alves, o Sacolinha. Na seqüência, a poeta Edilene de Barros fará a abertura do debate com uma explanação sobre a obra e a vida de José de Alencar. O projeto, que visa discutir a obra de grandes autores, tem como público-alvo escritores, professores e leitores.

RIMA RICA

Texto: Jorge Américo
Ilustração: 1000imagens.com
Sou um poeta preto
Que escreve versos brancos.
Nunca aprendi a rimar amor
Com outra coisa que não fosse dor.
Um dia, alguém rimou preto com branco
E nasceu um mulatinho

sábado, 21 de abril de 2007

Os pensadores da fotografia

Por JONILSON MONTALVÃO: estou frequentando um curso na caixa cultural, chama-se "Os pensadores da fotografia", esse é o conteúdo das primeiras aulas que gostaria de dividir com interessados:

Obs: O arquivo era um pouco extenso para se ler no blog, então coloquei no Disco Virtual do Arte para mudar, para o pessoal poder baixar e ler tranquilamente. Valeu mesmo Jonilson :)

Aqui está arquivo: http://discovirtual.uol.com.br/disco_virtual/oliveira.samara/arteparamudar
Senha da pasta: arte1

sexta-feira, 20 de abril de 2007

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Escritos sobre a retomada do nosso cinema - por jonilson montalvão

todos sabemos que esses anos foram terríveis; o fechamento da embrafilmes, a escassez de produções, a grana curta...a produção nacional caiu demasiadamente.
o livro aborda e faz uma análise de filmes que foram
concretizados nessa época turbulenta.

A partir do filme carlota joaquina, que para muitos é o marco do novo cinema nacional, o autor destrincha outras produções, como: baile perfumado; eu, tu, eles; central do brasil entre outros. é um excelente livro para nos atermos nessas produções heróicas.

Inauguração Biblioteca Comunitária do Centro Cultural Arte em Construção


NO ANIVERSÁRIO DA CIDADE TIRADENTESO O CENTRO CULTURAL ARTE EM CONSTRUÇÃO ESTARÁ PRESENTEANDO O BAIRRO COM MAIS UMA BIBLIOTECA COMUNITÁRIA!!!
HAVERÁ UM GRANDE EVENTO: Dia 21 de Abril a partir das 10:00h - (Banquete Literário) PEÇA TEATRAL COM "Teatristas Periféricos e Algazarra teatral” E VÁRIAS ATIVIDADES DURANTE TODO O DIA!!! VENHAM PRESTIGIAR!!!
Centro Cultural Arte em Construção Instituto Pombas Urbanas
AV. dos Metalurgicos, nº 2100 - Cidade Tiradentes São Paulo
Fone: (11)6282-3801

quarta-feira, 18 de abril de 2007

E VOLTA À TERRA: curtas do MST


MST continua mobilização em pedágios no Paraná

18/04/2007 - A mobilização do MST para denunciar os efeitos dos pedágios nas estradas para os assentados, com o encarecimento dos produtos agrícolas, que prejudicam os produtores no campo e os consumidores nas cidades segue nesta quarta-feira. Foram liberadas 21 praças de pedágio pelas rodivias
do estado.



Governadora promete indenizar mutilados no massacre

18/04/2007 - Depois de 11 anos, a governadora do Pará Ana Júlia Carepa (PT) assumiu o compromisso de indenizar as vítimas do Massacre de Eldorado de Carajás. “A governadora do Pará em um ato público na curva do ‘S’ decretou que o estado se responsabiliza pelo atendimento e reparação de todas as famílias vitimadas", diz Ulisses Manaças, da coordenação estadual do MST no Pará.

Vizinhos da área do massacre não querem repetir a história

18/04/2007 - Sem-terras acampados a 140 km do local onde ocorreu a chacina em Eldorado de Carajás lutam contra a grilagem de terras e a lentidão do Incra; onze anos atrás, os mesmos problemas culminaram na morte de 19 trabalhadores rurais no Sul do Pará.

Sem Terra trancam rodovia e ocupam Incra em Promissão

18/04/2007 - Na manhã de hoje, dia 18, cerca de 100 trabalhadores rurais Sem Terra interromperam o tráfego da rodovia BR 153, na altura do município de Promissão (SP). Após liberar a passagem, os Sem Terra ocuparam a sede local do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

17 de abril foi marcado por protestos também no Ceará

18/04/2007 - Trabalhadores fizeram ontem, 17, protestos em várias regiões do Ceará. Em Madalena cerca de 250 trabalhadores bloquearam a rodovia CE 020 que liga Fortaleza a Tauá, a rodovia só foi liberada por volta do meio dia. Os Sem Terra também realizaram cinco ocupações no estado.

Sem Terra cercados pela Polícia Militar em Gloria do Goitá

17/04/2007 - Viaturas da policia militar e da Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicleta (ROCAM ) cercaram hoje, 17, o acampamento do Engenho União, em Gloria do Goitá, Zona da Mata Norte de Pernambuco.

No Pará, trabalhadores protestam com ato público e mística

17/04/2007 - Manifestantes oriundos de diversas regiões do estado percorreram as ruas do centro de Belém e montaram um acampamento no centro da cidade. No prédio onde funciona a Federação que reúne os produtores rurais do estado, os trabalhadores Sem Terra realizaram ato político e mística.

fonte: www.mst.org.br

Últimas notícias

Oficina de Narrativas Breves
A Coordenadoria Literária da Prefeitura de Suznano, promove em 12 de maio, das 10h às 17h, a oficina “Narrativas Breves”, que abordará pequenas produções (minicontos, crônicas e poesias). A oficina será ministrada pelo renomado escritor Marcelino Freire.

Inscrições: de 10/4 a 10/5, das 9h às 17h
Local: Centro Cultural de Suzano
Público-alvo: escritores e poetas
Número de vagas: 20
GRATUITO

Abertura das inscrições para o III Concurso Literário de Suzano
26/4 – 20h
Inscrições: até 12/6, das 9h às 17h
Realizado em abril do ano passado, o II Concurso Literário contou com a participação de 260 escritores e poetas do Alto Tietê. Este ano, com o intuito de ampliar o projeto, a Secretaria de Cultura receberá inscrições de todo o Estado de São Paulo. Os interessados devem retirar o regulamento na Secretaria de Cultura ou no sítio da Prefeitura de Suzano na Internet:
www.suzano.sp.gov.br/agendacultural.

Lançamento da Antologia “Novos Talentos da Literatura Brasileira”
26/4 – 21h
Nesta mesma noite, a Secretaria de Cultura lançará a antologia “Novos Talentos da Literatura Brasileira”, que reúne as dez melhores poesias e os dez melhores contos do II Concurso Literário de Suzano, realizado em 2006.
Local: Centro Cultural de Suzano
GRATUITO

Arte na Rua
... é uma atividade desenvolvida pela Associação dos Artistas Visuais e Plásticos de Suzano (ASAVP) e pela Associação Cultural Literatura no Brasil em parceria com a Secretaria de Cultura de Suzano. Todos os sábados, das 10h às 17h, vários artistas de diferentes vertentes culturais, se reúnem no calçadão do Centro Cultural de Suzano para expor e vender seus trabalhos.
Local: Calçadão do Centro Cultural de Suzano


Trocando Idéias
... 24/4 – 20hAtividade da Associação Cultural Literatura no Brasil que visa a discussão sobre autores e textos literários brasileiros. Este mês o projeto abordará a obra “A viuvinha e Cinco minutos”, de José de Alencar. A atividade recebe apoio da Secretaria de Cultura de Suzano.
Facilitadora: Edilene Barros, poeta.
Local: Centro Cultural de Suzano
GRATUITO

Cordel “O caipira feio e a academia”
... Já saiu... o mais novo cordel do Brasil...
"O caipira feio e a academia" - Francis Gomes.
Trata-se do primeiro livreto de cordel em Suzano de que se tem registro.
Para adquirir o livreto "O caipira feio e a academia", no valor de R$ 2,00, ligue para (11) 7615-4394 ou envie um e-mail para:
literaturanobrasil@bol.com.br

Livro “85 Letras e um Disparo”
Muita gente ainda não leu o livro “85 Letras e um Disparo” do escritor Sacolinha, que tem prefácio do Moacyr Scliar (Academia Brasileira de Letras), ótima qualidade editorial e segundo a crítica é o livro de contos mais contundente dos últimos tempos. Sem contar que já está sendo estudado em três universidades e em menos de três meses de lançamento ganhou dois prêmios.
Tá esperando o quê? Custa só R$ 14,90. Envie um e-mail para:
sacolagraduado@gmail.com

COLEÇÃO LITERATURA PERIFÉRICA
Aguardem, vem aí a Coleção Literatura Periférica, uma parceria da Global Editora com 5 autores moradores da periferia da cidade de São Paulo.
1- Poesia (maio)
2- Romance (junho)
3- Conto (junho)
4 - Dramaturgia (julho)
5- Poesia (agosto)

Guia Cultural da Periferia
Em maio começa a circular por todo o Brasil o Guia Cultural da Periferia de São Paulo, uma iniciativa da ong Ação Educativa.

INFORMAÇÕES: (11) 4747-4180

*Últimas notícias é um boletim informativo da Associação Cultural Literatura no Brasil. Caso necessite de mais informações, envie um e-mail para
literaturanobrasil@bol.com.br

Release - Projeto Poesia das Ruas

Ritmo e Poesia

A Ação Educativa em parceria com o poeta Sérgio Vaz promoverá no mês de Abril o projeto Poesia das Ruas. O Projeto Poesia das Ruas é um sarau dirigido a rimadores e rimadoras do Rap. É um espaço para o exercício da criação poética. Sem música, MCs declamarão suas letras, compartilhando talento literário.


Iniciativa do poeta Sérgio Vaz, o Sarau do Rap é realizado em parceria com a Ação Educativa e vai acontecer toda última quinta-feira do mês a partir de abril. Fundador e coordenador do Sarau da Cooperifa, Vaz, pretende buscar, através da oralidade, um incentivo para a criação poética. Rap é ritmo e poesia (rythman and poetry).

O evento estréia no dia 26 de abril às 19h00. As inscrições para declamar começam às 19h30, podendo ter até 50 poetas declamando por noite. Sergio Vaz promete um convidado especial em cada sessão.

Ação Educativa
Rua: General Jardim, 660 - Vila Buarque - SP
Abertura: Quinta-Feira 26 de Abril, às 19hs 00.
Entrada: Gratuita
Capacidade de lotação: 200 pessoas
Acesso á deficientes físicos


Mais informações: Adriana Barbosa /Adriano José
Telefone: (11) 3151-2333 ramal 142/ 166
Email: Adriana.Barbosa@acaoeducativa.org e Adriano@acaoeducativa.org

Slam - Movimento que inspirou o Poesia das Ruas

fonte da imagem: www.poetryslam.org.uk/slam.html
O Poesia das Ruas pretende se inserir no movimento poético social que nos Estados Unidos se denomina Slam ou Spoken Words. Surgido em Chicado em 1985 por iniciativa do escritor Marc Smith que organizava competições de poesia no Bar Green Mill, o Slam, ganhou popularidade com o filme homônimo de Marc Levin no final da década de 90. O sucesso deste filme na Europa propagou o Slam no Velho Continente, principalmente na França, fazendo de Paris a Capital mundial dos slameurs, como se define por lá, os poetas urbanos adeptos do Slam.

Em São Paulo há uma cena forte de saraus, mas não há registro de um evento que enalteça a poesia do rap com declamação, sem música. Há importantes eventos como a rinha de MCs promovidos pelo rapper Crioulo Doido no Grajaú, Zona Sul de São Paulo, mas um sarau só para rapper recitar suas letras, talvez o Poesia das Ruas seja o primeiro.

No Brasil a polêmica em torno do estatuto poético da letra de canção é antiga. Este debate porém, se restringe as hostes da MPB e dos poetas.

Acreditamos que o Rap foge a essa polêmica. Já que é na própria essência uma poesia, como o próprio nome sugere: ritmo e poesia.

Enviado por Adriana Barbosa (Ação Educativa)

terça-feira, 17 de abril de 2007

CINEMA LATINO AMERICANO


Uma boa dica para quem gosta de cinema latino americano é conhecer o site www.lalatina.com.br, lá encontramos dicas, sugestões, abordagens sobre o que ocorre em nosso continente sobre filmes.

Todos sabemos que alguns filmes produzidos por nuestros hermanos nunca chegarão até aqui, por um simples fato: a grande midia não quer.

Eles preferem que a gente tenha ódio uns dos outros, não a toa, vivem jogando que brasileiros e argentinos são eternos rivais. Rivais no quê?


ANARQUIA

(Jorge Américo)

Passei a tarde toda atormentando as formigas.
Como um anarquista, desrespeitei jurisdição,
Mijei no formigueiro
E matei a rainha afogada.

















Relato do 2º Encontro Eco-Cultural



Como previsto, as atividades do Encontro Eco-Cultural aconteceram como no calendário, com apenas alguns atrasos que não impediram o bom andamento do evento. Uma boa parte do terreno foi limpa graças ao apoio popular de não só pessoas da região (São Miguel Paulista) como também pessoas de outros bairros e municípios (Itaim Paulista, Itaquaquecetuba...). Mas mesmo assim não foram tantas pessoas, mas as que foram trabalharam com gosto e a primeira parte da limpeza acabou rapidinho.

No local há muitas pedras soterradas, o que complica um pouco o trabalho, porém não a ponto de fazer alguém desistir. O trabalho na inchada foi duro e gratificante, mas não menor e também não maior do que o trabalho do pessoal que pintou, da moça que preparou o suco, do pessoal que fez o almoço e do pessoal que cantou e tocou para descontrair. Em tudo o otimismo e a força do coletivo falaram mais alto.

Durante a limpeza apareceram muitos curiosos nas janelas, nas portas e nos carros. Chegamos a ser denunciados por um motorista "bom cidadão" e curioso de estarmos limpando o local para invasão. Há uma enorme quantidade de lixo no local, porém este certo motorista não denuncia quem o suja, não cobra a limpeza do local que deveria ser responsabilidade da prefeitura, já que o terreno é público, e também não move ação nenhuma para que local seja melhor. Mas é bem provável que esta pessoa seja mais uma das que colaboram para a degradação e sujeira do local; deve ter se incomodado por não ter mais espaço lá para toda sua imundície. Estamos mesmo precisando de ajuda, se ele se preocupa tanto assim por termos mexido no lixão dele, o local está aberto para que ele o leve de lá. Esperamos também que os outros curiosos colaborem com a limpeza.

Como disse, o espaço é público, e vamos utilizá-lo com o público e para o público. Tem até um palco para as atividades culturais, e artistas para organizá-las é o que não falta.
O Encontro Eco-Cultural representa muito mais do que uma simples limpeza de um terreno. É a união de pessoas corajosas e honestas que buscam nada mais do que uma condição digna de vida, com espaços onde possam ser elas mesmas, se expressando livremente e falando a mesma língua que seus vizinhos. É a união de arte, cultura e força de vontade. E o que antes era considerado utopia, hoje é mais um bloco na construção de uma grande realidade futura para a região.

Nada do que eu escreva aqui irá traduzir a grandiosidade do que está sendo os Encontros. Por isso não faça perguntas, é melhor que você veja com os próprios olhos. Fique atento as atualizações deste blog e do Outra Versão e participe também. ISSO SIM QUE É COMBATER POLUIÇÃO VISUAL!

Já adiantando:
Dia 28 sábado será as apresentações: teatro, clown, música, exposição de artes plásticas.....
Dia 29 domingo vamos pegar na inchada e terminar de limpar a praça....

sábado, 14 de abril de 2007

A MÁQUINA DE MOER GENTE

Texto: Jorge Américo
Ilustração: 1000imagens

No ímpeto da madrugada
Alguém ligou a máquina de moer gente.
Soaram-se os tambores de guerra.
E pelas esquinas desertas, as sirenes
Prenunciavam dias sombrios.

Uma intensa chuva bélica interrompeu o silêncio
Saciando a sede de morte.
Luzes noturnas.
Gritos melindrosos.
Terremotos artificiais.
Explosões.
Morteiros.
Granadas.
Poeira.
Sangue.
Medo.

Uma rajada de metralhadora abriu o peito de uma criança,
Mas ela não morreu. Protagonizou obra do sobrenatural:
Dormiu na terra e acordou no céu...
Era um anjo.
Mataram um anjo e a televisão não mostrou
(O horário era impróprio).

Alguém apagou a luz!
Não. Foi um soldado que perdeu os olhos.
Nada, porém, mudou.
Antes de ser mutilado,
O infante já estava cego de ódio.

Esqueçamos a diplomacia e os Direitos Humanos!
Chamem a Sociedade Protetora dos Animais!
Alguém precisa fazer alguma coisa!
Dorida, a pomba da paz agoniza,
Calcada aos pés de um tirano.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Programação da Virada Cultural

A 3ª Virada Cultural de SP acontecerá entre 5 e 6 de maio em vários pontos da cidade, tanto em espaços públicos quanto em espaços privados. Começa às 18h - sábado - dia 5, e termina às 18h- domingo, dia 6.

Para conferir a Programação da 3ºVirada Cultural entre no nosso Disco Virtual: http://discovirtual.uol.com.br/disco_virtual/oliveira.samara//arteparamudar
A senha de visitação da pasta é: arte1

Obs: No nosso Disco Virtual você também encontrará outros arquivos para baixar. Os arquivos compartilhados por este blog são seguros, livres de vírus.

Programação gentilmente recomendada e cedida por Dilson

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Agenda da Semana

ANOTA AÊ !!!

Dia 12 - quinta-feira às 17h30 no Sesc Carmo
  • Limites e Fronteiras da Literatura Encontro literário “Terceira MargemMarginal”.
  • Para saber mais: clique aqui
Dia 14 - sábado às 19:00h no Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi - Suzano
  • Pavio da Cultura: Além das atividades que já fazem parte do sarau literário, este mês... para saber clique aqui
  • Endereço: Rua Benjamin Constant, 682 - Centro
  • Contato: 4747-4180 / 4759-2304 / 4748-7348
Dia 15 - domingo à partir das 9:00h em São Miguel Paulista

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Agenda Cultural de Suzano

Capa - especial Aniversário da cidade

Página da Coordenadoria Literária

Centro Cultural Palmeiras - Suzano

Ações apoiadas pela Secretaria de Cultura

Endereços dos espaços culturais e telefones

TODAS AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA SECRETARIA DE CULTURA DE SUZANO SÃO GRATUITAS. APROVEITE!



SESC Carmo Promove Encontro Sobre Literatura Marginal

Fonte da imagem: http://ferrez.blogspot.com/

Lourenço Mutarelli, Ferréz, Érica Peçanha e Olga Arruda debatem a Literatura Marginal.
Na quinta-feira, 12 de abril, às 17h30, o SESC Carmo realizará o encontro literário “Terceira Margem: Limites e Fronteiras da Literatura Marginal”. A proposta é debater questões referentes à literatura marginal no Brasil, como conceito, mercado editorial e outras produções culturais da periferia. A atividade terá a participação de Lourenço Mutarelli, autor do livro o “Cheiro do Ralo” que deu origem ao filme homônimo; Ferréz, rapper e escritor, autor de “Ninguém é Inocente em São Paulo”, e Érica Peçanha, mestre em Antropologia Social pela USP, que desenvolve estudos sobre literatura marginal. A mediação ficará a cargo de Olga Arruda, pedagoga, assessora especial da Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo e coordenadora de projetos educativos da região central da cidade. Embora esteja em evidência no mercado literário, a literatura marginal não é uma novidade. Ela surgiu na década de 70 e, recentemente, virou rótulo literário de escritores não-participantes da indústria cultural. Há 30 anos este estilo literário retratava a vida dos jovens de classe média e alta, sempre com tons de ironia e de poesia, e também era uma forma de manifesto da produção artística alternativa, que tinha como principal alvo a ditadura militar.Hoje ela dá voz aos excluídos da sociedade, em sua maioria moradores da periferia, que relatam a violência, drogas e falta de perspectivas, com extrema realidade e uma linguagem peculiar. É justamente esta linguagem uma causadora de grandes adversidades junto aos mais puristas da língua portuguesa. Os textos da literatura marginal são pontuados por uso excessivo de gírias, utilização de regras próprias de concordância e de ortografia, além de nunca seguirem as normas estabelecidas pelo padrão tido como culto.

O endereço do SESC Carmo é rua do Carmo, 147. Pça. da Sé
Serviço:Terceira Margem : Limites e Fronteiras da Literatura Marginal
Quando: 12 de abril, quinta-feira, às 17h30
Evento gratuito - 50 vagas portal www.sescsp.org.br
Fone: 3111-7000
Censura livre * Acesso para Deficientes * Duração: 60 Minutos * Sem Ar-condicionado

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Fotos do Coletivo Nós por Nós



Já sairam as fotos do Coletivo Nós por Nós. Clique na imagem acima para vê-las. E para refrescar a memória sobre o Coletivo leiam os posts do mês de fevereiro.

CONTO - caminhos

jonilson montalvão

Num dia ensolarado caminho pensativo; a mente é a grande condicionadora do tempo. A alameda é a única que talvez possa me seguir nesse dia, ou seria o contrário? Não sei. Quanto mais penso, mais vejo que não há poréns. Soluções infindáveis que a vida tende a reciclar. Parece que essa conspiração me diz como eu sou tão minúsculo. Sou restos de estrelas num universo muito mais que difuso. Confuso. Há certas coisas na vida que não entendemos, só filosofias e metáforas não explicam tudo. Não tenho muita coisa, não faço questão de possuir nada. Mas queria ver meu filho. Às vezes dá uma sensação inexplicável, essas coisas da vida. Uma repressão danada de pensamentos. A arte é apenas uma simulação da existência. Sem ela não existo. Continuo a produção. Sei que não terão fins; a arte...os limites que nos colocam, os rótulos que recebemos enquanto fazedores de alguma coisa. Simples seria não pensar, não ruminar teorias absurdas. Relembro um poema de Alberto Caeiro que, nesse instante, me fala muito: "Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois/Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada,/E que para de onde veio volta depois/Quase à noitinha pela mesma estrada/Eu não tinha que ter esperanças – tinha só que ter rodas..." Enquanto a mente trata de buscar o poema, a boca vai se abrindo ao som, numa quase declamação. Ruminações. Alguns percebem que estou falando sozinho. Não pode falar sozinho, te julgam como maluco, insano. Aliás, não pode nada. Não pode andar com roupas velhas, não pode chorar, não pode gritar, não pode, não pode...Cansaço. Essa sociedade me cansa, me maltrata. Mas tenho minhas saídas. Quase nada resta do planeta. Ontem li que a Amazônia poderá até vir a entrar num processo de savanização; o que estamos fazendo com a Terra? Nossa mãe, nosso lar. Destruindo tudo; a cada dia destruímos tudo. Ferozes na arruinação. Exterminadores, é isso o que somos? A manhã linda de sol. Um dia de verão. Essa alameda poderia ser na periferia. Ruas com árvores poderiam existir na periferia. Ali quase nada sobrou. Casas e mais casas, rios tapados com concretos. A dignidade por um fio. Mas esse local não me aconchega tanto quanto lá. A individualização dos protótipos aqui é tamanha, talvez lá também seja. Eu é que não quero ver isso. Prefiro ouvir música. Cretino dos infernos. Manhã de sol com música: Coltrane, Miles Davis, Renato Braz. Que sensação de prazer estranha. Parece que nem isso podemos ter mais. Um crime. Virou um crime ser feliz. Vida tacanha, pensamentos tacanhos. Mas quem sou eu para julgar qualquer coisa? Sou nada? É...coisas que ruminam. A próxima rua já é o centro: limites. Outras dinâmicas. Andar já faz parte da minha situação. Prezo pelas pernas. Ando pra todo lugar; qualquer lugar. Manhã de verão com vento no rosto. Hoje estou um pouco sisudo. Talvez seja essa ansiedade por esse encontro: uma garota. Não uma simples e qualquer garota, uma especial, acho que todas são, mas essa é de um charme distinto. Inteligente ao extremo; criança mestiça no mais puro aterrorizante senso de liquidar qualquer homem. Um olhar melado na cor, sorriso que te deixa perturbado nos sonhos da conquista: pataxó. Penso nela e me vejo tentando ser, a todo custo, sempre, inteligente. Todos temos nossos dias de espontaneidade. Posso muito bem saltar obstáculos; sorrio da miséria. Grande metrópole. Encontros às avessas. Tantas coisas para se dizer. Penso em beijos. Lábios morenos. Construções sorrateiras, efêmeras. Grande metrópole ocasional. Misérias humanas a tornar a cidade habitada. Rumino. Penso. Ando. Só embrião no asfalto quente e eterno da palidez cinza que nos transformamos. Preciso de café. Ainda não vi aquele prédio que me disseram que ficava por aqui e tem um estilo néo-clássico, rococó, gótico...grande merda tudo isso; construções opressoras que tapam nossa visão do horizonte e ainda temos que admirar concreto. Foda-se tudo isso! Uma grande confusão essa cidade. Mas nossos encontros são tão sublimes. Espero ansioso por esse momento. Desde quando estive no mar não a vejo. Penso no corpo da menina mestiça. Tomar um café sentado. Dizem que o café de coador é o melhor. Só o da minha mãe é bom. Hoje quero um expresso; puro e bem cremoso. Coisa boa. Néctar. Tudo relativo. Parar num grande centro é autodomínio. Andar sem pressa enquanto todos correm. Praquê? Depois esgota a atuação produtiva. Cartazes; sinais, letreiros. Luminosos. Quanto lixo! Praças repletas de desgosto. Tudo se vende. Cinemas na memória. Ocupações nervosas. Crises, caminhantes; carros; putas. Estou em câmera lenta. Slow motion. Reflito melhor depois que fumo. Sintonizo o olhar e percorro extensões. Cores, sons, ruídos; explosões dimensionais. Quero ver um documentário mais tarde. Agora quero entrar numa sebo. Tocar livros. Procurar detalhadamente; percorrer cada prateleira e folhear livro por livro tal Borges na sua biblioteca. Caminhar sem pretensões, sem obrigação de chegar a lugar nenhum. Eis-me absoluto no tempo. Espaço sagrado de meus ancestrais. Meu sangue divide a explosão da lembrança com o rancor da revolta contra a barbárie de uma conquista subjugada a povos sagazes. Pagaremos todos por isso. Caminhar. Não pensar em pensar já é um ato. Fato. Menina da minha volúpia. Não volteio. Sou voluntarioso demais para isso. Penso na carne mas também nas demais possibilidades que temos. Num encontro há demasiada atmosfera para tudo. Beijos, seduções, olhares; insinuações, toques. Flertes. Rumino demais antes do acontecido: ansioso. Talvez seja a cafeína correndo no corpo. Muitas drogas que não queremos e tomamos assim mesmo. Motivos? Quem saberá? Nunca temos bons motivos para fazermos nada. Simples é ser destituído. Quem é? O tempo escorre pelas sensações. O sol quase escondido numa janela dum prédio alto. Arranha-céu. Olhar a atuação teatral da humanidade é risível. Circos espalhados pelos cantos. Basta observar um pouco mais. A sensação é que manda. Irrealidade constante na vivência de cada um. Cabelos negros escorridos. Como a mente é irregular, ou sou eu? Como será que ela estará vestida? Talvez uma saia, um chinelo simples deixando a mostra os pés caboclos e trigueiros. Unhas sem tinta que sutilmente prolongam os pés. Caminhar é se estender ao mundo, é sentir a vibração da vida, mesmo ela estando em decadência. Pulsar contínuo; explorar todas as possibilidades da beleza que ainda nos resta. Contatos com o outro. Primazias da existência humana. Dignidade a pontapés. Saber-se limitado e não dar por isso reações anormais. Andar devagar, sem pressa e sorrir, como a canção. Nabokov tardio. Sobrepujar os hipócritas que determinam que o mundo deveria ser do jeito deles. Alice no País da hipocrisia. O mundo é diversificado; não há restrições a seguir. Causar celeumas é um tanto obliquo. Alguns reacionários temem tanto a diferença. Matam, extirpam a livre vontade; reduzem a naturalidade. Violência disfarçada de moral. Vão a merda todos! Neoinquisidores. Não quero pensar nessas desconexões. Quero reter o tempo num momento de extrema felicidade. Sentir tudo. Perceber pelos sentidos; despir de preconceitos tolos. Alcançar a inexatidão como se mergulha num rio de águas límpidas. A nitidez da primeira paixão. O primoroso da vida é esse momento. Se expandir para fora do próprio ego. Deixar-se levar pelo movimento contínuo. Sem queixas nem tampouco absurdos da memória. Não há idades. Não há diferenças. Só aquilo que queremos e desejamos. Num átimo de tempo a sensação de fluidez é uma agitação corporal de bem estar. O silabário finda e só temos o silêncio refletindo os mais dos dizeres que não são ditos e que talvez nem precisem. Caminhos que são romperes. Dizeres. Tudo que diz: Olá. Oi. Abraços. Carinhos. Contra-dizeres. Fatos. Um cuidado enleado. A mão é exposta, revelada ao toque. Insinuações comportamentais. Tantos pensamentos em pouco instante. A dimensão que me encontro...Proponho rompimentos. Sagrado e profano na fala dela. Como o outro enxerga a gente? Minha fala é uma, a vontade é outra. Olho iluminado. Olhar desejoso. Tento não querer. Mas como? São essas atribuições que jogamos...a mente traça os paralelos do desejar. São situações que poderiam ser normais. Atos. Qualidade imprevisível da vida. O que é a vida? Jogos de vontade. Momentos que aspiro. Sentidos pulsantes, extravagantes. Qual é o fato da memória que conspira tanto assim? Na incerteza, corda bamba; equilibrista único, ando. As mãos que não sossegam. Me quer bem. Também te quero menina mestiça. Corre pro meus braços. Te cuido. Ninfa. Nímio. Te acalento. Tanto querer. Rumino. Tanto querer...o olhar seduz. Sem querer? Tantos trejeitos. Sutis? Esses que te arrasam, te calam. Musa. Sou tão arcaico, assim perto. Conversas que fluem tão facilmente. Sem restrições de diálogos. Só aqueles que me sufocam. Mas aí sou eu na insegurança da moral. A moral que eu mesmo produzi. Um hinado nos ouvidos: Cartola. Solenidade da voz. Penetra os poros e trás um contentamento a pequenez do viver. Momentos; a vida é dessa feitura. Material incansável do espirito. Beleza é subjetiva? Talvez. Mas a dela é tão vivaz. Reponho o olhar, desvario total. Penetro teu olhar. Volto os olhos para formas: pernas, mãos, braços, seios, pescoço; boca, olhos, cabelos. Então sou comprazedor. Ouço o poema que ela lê pra mim. Mário Quintana: Os degraus: "Não desças os degraus do sonho/Para não despertar os monstros./Não subas aos sotãos-onde/os deuses, por trás das suas máscaras,/Ocultam o próprio enigma./Não desças, não subas, fica./O mistério está é na tua vida!/E é um sonho louco este nosso mundo..." Reflito intimamente. Por que será que lemos um poema para outra pessoa? Queremos lhe falar por outros pensamentos? Gosto do poema, mas prefiro ler os meus, assim sou direto. Desfaço do olhar. Como desejo tudo. Enigmas? Quem é que se revela? Propostas de diversão. Mundo louco... Sou tão insano. Poderia ser pai dela. Que merda de pensamento: medíocre. Estou ficando medíocre. Não pensar já é um fato. Ato. Idades. Tempos. Gerações. Ridículo! Mas são pensamentos quase inevitáveis. Quases...Ilusões. Talvez sentir seja apenas uma ilusão. Quem sabe eu nem exista. Estou num mundo paralelo. Posso desejar tudo e não sofrer pelo fato de desejar. Quantas bobagens. Falo de saudades. Sorriso da mulher. Transformação da alma. É o que é e pronto. Mas criamos sentimentos; criamos ocasiões e situações. Há em tudo uma emoção. Não escondo, porém, disfarço, camuflo. Talvez à toa. Talvez. Nada se esconde por muito tempo. Desejos improváveis. Sou tão prolífico. Me perco. Digo que estou bem. Planos? Quem não os tem? Sou arraigado. Artes? Sobreviver é tão linear que não me vejo assim. Por tudo o que vem, o que não vem. Pretensões. Lógico que planejamos a vida. Sei da diferença entre coisas planejadas, mas mesmo assim, lá no íntimo, ainda assim, temos planos. Como fala!- de tudo - tão nova, às vezes. Sonhar, viver o sonho sonhado. Penso em tudo. Desprender de coisas. Não tenho nada. Ouço seus planos, seu futuro. Como podemos planejar algo tão incerto? Tão meiga. Como não pensar em atos? Ouço sua razão de voltar. Vontades. Não temos pressa. O tempo é subjetivo demais. Mas já é tão tarde pelo relógio. Quem se importa? Não temos pressa de nada. Quero um baseado, depois um café. Ela, um baseado e um vinho. Não bebo mais. Transfiguração do ser. Me vejo num espelho. Estou feliz. Demonstro. Ela sorri. Sempre sorri. A luz solar que finda é deslumbrante. Penetra pelas entradas e reflete nos olhos caramelos, quase verdes. Luz amarelada, assim a vemos. A cidade se acende. O corre-corre dos transeuntes é infindável. Exposições nos Centros Culturais. Conexões pela arte. Cafés, vinhos, baseados. Transmudar. Abraços. Saudades. Caminhar juntos, de mãos entrelaçadas. Excitação. Desejos. Desejar e sentir o desejo que foi desejado. Lembro de uma frase que Diadorim disse para Riobaldo: -"Riobaldo, hoje em dia eu nem sei o que sei, e, o que soubesse, deixei de saber o que sabia..." Não sei, não penso que sei, quero me esquecer e prosseguir. Renovado das saudades, das memórias. Momento que é já. Meu momento é já. Pensar é tão sublime. Isso é tão importante. Qualquer extremo da emoção. O extremo da minha vida é o da periferia que me opõe. Sentir, da forma mais plausível, é algo maravilhoso. Sentir e realizar os sentimentos desejáveis. Realçar a explosão do desejar. Como gostaria de experimentos. Volúpias. O resvalar das peles. Brandamente, suavemente. Toques. A rua se move. A cidade se move. Bares: afluências, algazarras. Sensíveis estalos dos sentidos. Cinema: visões moventes. Teatros: representações à flor da pele; efeitos da concordância dramática do ser. Máscaras do cotidiano. Circundantes ocasiões da vida. Lágrimas que somem nas sombras. Quem me dera atuar. Sou tão displicente. O que é o amor? Família é algo extremo. Minha mãe é o extremo da discordância. Pensar que conhecemos o outro. Filhos. Sou tão imérito. Casualidades da aflição. Avançar, no pensar, conter-se nas ações. Risível. Ouvidos atentos às frases. A mente realça outras possibilidades. Eu a ouço. Ímpeto da alegria jovial que me seduz. Transformo-me. Renovo-me. Cito frases feitas, poemas. Empolgo-me. Qualquer atitude é finita. Penso na idade. Sempre a razão: miséria humana do incondicional. Retratos e rogatórios da condição a que nos submetemos. Exalto suas características. Sublimo o singelo. Beleza ancestral. Todos somos Tupinambás. Sentir é rever. Somos a memória dos derrotados. Mas não há derrotas quando a olho. Não poderia haver derrotas quando há beleza assim. Sou tão caboclo: Carijó. A noite ganha a cidade. Ares mais frescos aos arredores. Somos projetos. Tanto falamos, tanto há, ainda, para se falar. Assuntos intermináveis. Sorrisos sinceros. Ficaria assim por todo o tempo que fosse...Joguei tudo pro amanhecer. Amanhã eu sou outro. Mas o dia é finito. Serei outra vez qualquer coisa. Serei eu no cadafalso da memória. Recapitulo os dizeres. Estou alegre. Permanecer na rotina é qualquer coisa de questionável. Sei da rotina. Embaraços dos corpos. Menina. Quantos pudores enfrentamos para dizer o não dizível? Fico aqui, depois de passar pela euforia, permaneço sincero nos atos. Palavras são mistérios. Meu mundo é, hoje, uma garota encantada com olhos que me causam flebostasia. Palpito e caminho. Penso nas eternas comunhões que fazemos no decorrer de nossas existências. Soberbo pela ação do maravilhamento que condiciona o existir. O meu existir. São circunstâncias únicas. O nirvana completo. Sentir é viver. O tempo é um ser? Meticulosidade do ser. Esmiuçar todas as possibilidades, todos os pormenores da ocasião. Efêmero é o pensar. Sempiterno é o pensar. Não há razões para nada acontecer. Tudo que se diz é o extremo no pulsar da emoção. Sou emocional. Outros modos de estar próximo. Por mim deixaria as coisas assim.

terça-feira, 3 de abril de 2007

´´As veias abertas do Extremo Leste´´

fonte: http://www.portinari.org.br
Retirantes 1955. Cândido Portinari
Esse título vem de um Livro do Eduardo Galeano, grande poeta e escritor Uruguaiano, que fala da Memória viva da América Latina, tratando-a como memória viva humana.

Moro num bairro chamado Itaim paulista no extremo leste de São Paulo. A maioria da população que formou esse bairro e os vizinhos, como São Miguel Paulista, São migrantes de alguma região do nordeste, minha família mesmo é do Ceará, a do meu vizinho da Paraíba, do outro Maranhão e etc.

Vieram em busca de trabalho e melhor qualidade de vida, uma grande demanda de migrantes para trabalhar em industrias, nos Bairros de Tatuapé, Penha, Brás e etc. Meu pai mesmo veio em 1974 e trabalhou em uma fábrica no Tatuapé. Em busca de mão de obra barata e pouco especializada, para trabalhos mecânicos e com cunho de linha de produção, a indústria precisava de braços, não de cabeças, pra confecção de produtos, com o objetivo de criar um campo grande de consumo. Como o que se tem hoje.Uma comunidade e juventude consumista, superficial e explorada. Minha mãe e quase todas minhas tias, trabalharam em linhas de produção. Foi se criando no extremos desses bairros de Periferia, outros bairros conhecidos como extremo lestes (aqueles bairros que quase não se acha no mapa). Como Itaim Paulista, São Miguel Paulista, Ermelino Matarazzo. Onde a maioria, da classe operaria se instalou.

Pensando nisso descobri como nosso bairro é colonizado. Pelo grande sistema de ´´Tecnocratas´´, que dominam hoje a vida desses bairros. Não se vem de um lugar, não se identifica uma raiz cultural, por que a cultura foi esquecida e dispersada, o resgate dos valores é a novela das oito que traz. E a Cultura é trocada a cada nova tendência televisionada.
Agora minha prima, eu e a maioria de meus amigos trabalham em empresas de Telemarketing, como minhas tinham trabalhavam em linhas de produçao, mas agora não se necessita tanto de braços, mas de cabeças, manipulaveis pro consumo, para o fortalecimento do mercado e enfraquecimento da opção, da personalidade e do trabalho como contribuição de um individuo pra a sociedade, mas sim como ´´serviço´´- Servir.

Que cada adolescente que não teve base, quando não esta desempregado, consegue esse serviço que é a onda do Mercado, trabalhando com sistemas hipócritas e streessantes de pouco resultado profissional para crescer esse campo de uma industria individualista, competitiva e consumista.

Também, onde estudantes são apontados na cara pelos professores na faculdade, ou até qualquer curso técnico que dizem: Você não tem base! desculpa! por isso você não entende!(Valeu Sérgio!rsrs). As escolas ensinam que o que se deve ter, não se tem senão for do jeito que o Mercado de trabalho quer, e isso se reflete no País que não funciona em sistema de nação, mas de congresso. Ela prepara pra um mercado de trabalho, não pra um trabalho, ou uma escolha. As políticas públicas são instáveis, e de interesse partidário, e a cultura recebe a importância que o´´Brasil´´lhe dá: 2% de investimento, com abaixos assinados e manifestações a favor do seu aumento, enquanto deputados aumentam seus proprios salários, como a País não é nação, o público também é privado. Os espaços culturais não fomentam, cultura, criam cargos oportunistas. E de índole partidária não respeitando a livre expressão.

O resquício que se fica dessas aculturização, é uma música na boca do nosso vô, que a gente ouve desde pequeno mas não entende o que é; uma palavra ou expressão da nossa mãe: Ochi! que a gente repete sem saber de onde vem; quando muito uma historia velha do seu pai, de um brinquedo velho que ele mesmo fez.

Rafael Araújo Teixeira

Finalizo com três vozes que já me traduziram e como diz galeano, por mais fodido e lascado que se esteja, sempre haverá um conpatriota em algum lugar, mesmo que não seja nesse tempo, nem nesse lugar que se está... mas na celebração de nossas humanidades que é imtemopral.

"Quero falar dessa gente que só berra da geral sem nunca influir no resultado. É disso que quero falar." Plínio Marcos

"A gente vai se acostumando...A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que gasta de tanto se acostumar, e se perde de si mesma." Clarice Lispector

"Enquanto a Loucura diz que tudo isso é normal, eu finjo ter paciência" Lenine

Por Rafael Araújo

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Texto extraído do livro dos Abraços que trata a América Latina

Os operários 1933 - Tarsila do Amaral
Os Ninguéns (Eduardo Galeano)

As pulgas sonham com comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico a sorte chova de repente, que chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chove ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.

Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida de cada dia, fodidos e mal pagos:
Que não são, embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam supertições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não têm cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.

Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.

Por Rafael Araújo