Iniciar um projeto tem lá suas dificuldades, ainda mais quando esse projeto é desenvolvido totalmente sem recursos e por mais que tudo corra como planejado, ainda assim, lá no íntimo fica um sentimento de que algo poderia ser melhor trabalhado. Talvez seja esse perfeccionismo que, mesmo inconsciente, todos almejam.
É assim mesmo, penso agora, depois da nossa primeira projeção como Cineclube Lunetim Mágico; porque antes já havíamos tentando um projeto semelhante no CEU Curuçá, mas com outro nome para o cineclube: na época Bolo D’água.
Sempre há, lógico, alguns probleminhas, mas nada que desabone nosso processo de trabalho; mas ali no fundo esperamos sempre mais e, claro, isso também pode ser bom.
Hoje, mais que nunca, o audiovisual está na ponta da discussão; ele é a grande vedete de vários projetos; se bom ou ruim, isso já é um outro departamento.
Existem cineclubes para todos os gostos. Ótimo que seja assim. Nas periferias mesmo, lugar de difícil acesso à tudo, há uma grande profusão de cineclubes, e cada um à sua maneira, mas todos primando pelo cinema de combate, de alerta, de transmissão de conteúdo que ali, naquele local, seja útil para os seus públicos e com isso venha a desenvolver um senso mais crítico naqueles freqüentadores.
Nosso projeto de cineclube leva o nome de Lunetim Mágico, que nada mais é que uma caixa preta que representa o primórdio do cinema e a nossa proposta como cineclubistas é a fomentação de um centro agregador onde o curta e o média metragem independentes possam ser vistos, deglutidos e degustados, comentados, apreciados...
Tudo isso ocorreu nesse nosso primeiro encontro no Tendal: um domingo repleto de sol, com jogo da seleção competindo com o nosso horário, - sem bem que aqui o público pode até ser outro - findando o feriadão da independência ou morte. O público foi de amigos, mas e daí?, se não os amigos a nos apoiarem, quem mais?
A proposta que tínhamos para essa primeira projeção foi concluída, com sucesso?, podemos dizer que sim. Em outubro continuaremos com as projeções, desta vez tentaremos levar o diretor dos curtas para uma melhor aproximação com o público e, quem sabe, assim desfazermos esse muro que há entre realizador e público, pois um não sobrevive sem o outro; pelo menos é assim para quem gosta de filmes.
Só temos que agradecer o apoio do Coordenador do Tendal da Lapa, Marcos, pelo apoio e a confiança deposita no nosso grupo. Nosso trabalho agora continua nos bastidores e assim vamos dando nossa pequena colaboração para a difusão desses projetos.
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