segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Mais uma vez meu povo

 

meu povo,
que tanto luta,
este povo,
que nunca desfruta,
olha pro céu,
agradece pela chuva,
quando ela vem,
e nada inunda,
o governo
se fez presente,
com a tropa de choque
para controlar
essa gente,
em cinco minutos
a água subiu,
duas crianças e uma senhora
caíram no rio.
quantos joãos e marias
em tremenda agonia,
sofrimento dor
extrema desesperança,
e com muita fé
depois da tempestade
vem a bonança,
enquanto ela não vem,
moradores procuram
as crianças,
os bombeiros chegaram
depois de um dia,
praticamente essa ajuda
não mais servia,
e eu que acreditava
na esperança,
vejo isto como insídia
pelos condutores da nação,
colocam os ricos no centro
e o povo no fundão,
e na tv eles falam
para protestar,
ai percebem que vale a pena
pagar para o choque treinar,
bombas de gás
e tiro de borracha,
vamos exigir e apanhamos
e eles seguros
ficam dando risada,
Cidade A E Carvalho
este é o nome do lugar,
construíram uma casa
chamada de injustiça
e colocaram-nos pra morar,
imaginar é fácil
difícil é presenciar,
a poesia não salvou ninguém
e só me fez sentir culpa,
uma palavra me pedem
não sei como oferecer ajuda,
por isso me tornei iconoclasta,
pois deste sofrimento
acho que já basta,
previsão do tempo
chuva de novo,
quem sofre mais uma vez
são os periféricos,
que com prazer
chamo de meu povo.

http://barracodasideias.blogspot.com/

Um comentário:

Samara Oliveira disse...

Este poema retrata bem a realidade. A polícia é chamada para conter o povo, enquanto o que precisa ser contido é a água.

Nós não temos que ser contidos, temos que expandir nossas idéias. Querem conter nosso grito de revolta e liberdade.