Texto: Jorge Américo
Ilustração: Eduardo Maia
O sangue fosco que escandescia como brasa
Em dias de opressão
Ainda hoje percorre cada centímetro do meu corpo
Irriga vasos, glândulas e cérebro;
Alimenta toda a complexidade do sistema;
Os arrepios e tremedeiras que fragmentavam músculos
Ao ranger de dentes do capitão-do-mato
Ainda hoje estilhaçam minha carne
E afloram meu medo
Em dias de opressão
A voracidade e vileza dos militares
Misturam ao cheiro de fezes
O tinir das metralhas
Confunde meus sentidos e desperta o meu ódio
Em dias de opressão
De repente encontro-me na linha de tiro
Eu, Zé da Silva, trabalhador mal-remunerado
- Morador da rua de cima -
Sobrevivente do quilombo
E de inúmeras chacinas.
Eles rendem-me
Jogam-me contra a parede
Batem no meu rosto
E ofendem a minha moral
Em dias de opressão
Em dias de opressão
Ainda hoje percorre cada centímetro do meu corpo
Irriga vasos, glândulas e cérebro;
Alimenta toda a complexidade do sistema;
Os arrepios e tremedeiras que fragmentavam músculos
Ao ranger de dentes do capitão-do-mato
Ainda hoje estilhaçam minha carne
E afloram meu medo
Em dias de opressão
A voracidade e vileza dos militares
Misturam ao cheiro de fezes
O tinir das metralhas
Confunde meus sentidos e desperta o meu ódio
Em dias de opressão
De repente encontro-me na linha de tiro
Eu, Zé da Silva, trabalhador mal-remunerado
- Morador da rua de cima -
Sobrevivente do quilombo
E de inúmeras chacinas.
Eles rendem-me
Jogam-me contra a parede
Batem no meu rosto
E ofendem a minha moral
Em dias de opressão
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