Primeiro foram nossas terras, arrancadas de nós em troca de sangue e dor. Depois foi o nosso alimento, o nosso trabalho, a nossa humanidade e a dignidade, mas o sofrimento causado por essas perdas nos fortaleceu e nos uniu. Assim, a fim de conquistar tudo o que haviam arrancado de nós, elaboramos meios e práticas para tornarmos um povo forte, solidificando sentimentos de solidariedade e o desejo pela liberdade dos homens, das crianças e das mulheres!
Durante esta luta perdemos companheiros, que se tornaram chamas para que não nos deixasse desistir de reconquistar aquilo que nos roubaram. Essas chamas, quando unidas, se formavam em tochas, as quais iluminavam os caminhos dos que acabariam de nascer e já se arriscariam a dar continuidade a luta pela liberdade.
Porém o que temíamos passaria a acontecer: mais perdas. Desta vez tirariam de nós nossos costumes, nossa sabedoria e falariam que nada daquilo tinha validade se não fossemos estudiosos especialistas. Quem nascia e vivia na zona rural em meio aos animais livres não seria respeitado como o urbano biólogo, que assistiu atento a vida no zoológico. Incoerências.
A experiência passaria a ser algo inútil para o mundo dos Doutores. E foi assim também que tiraram de nós nossos ideais por transformações da sociedade. Fizeram livros, artigos, teses. Debateram com outros especialistas em outras línguas que nosso povo não entende. Falavam de nosso cotidiano sofrido e usavam nossos filhos como objetos de estudo. Estudaram minuciosamente nossa luta, nossos desejos.
Morreram especialistas, com cargos importantes, em nome do que eu acreditava.
Morri na luta, de tristeza, por ver que até minha ideologia, nascida no coração do povo pobre, eles haviam roubado e levado para um mundo que não pertencia a ela.
Sei que de todas as coisas que perdi se conquistasse uma delas todas as outras voltariam como conseqüência. É por isso que peço aos próximos que retirem nosso anarquismo das mãos deles, dos libertários ao contrário, e com luta gritem: O ANARQUISMO FOI E SERÁ DO POVO POBRE!
* por Gueta
Durante esta luta perdemos companheiros, que se tornaram chamas para que não nos deixasse desistir de reconquistar aquilo que nos roubaram. Essas chamas, quando unidas, se formavam em tochas, as quais iluminavam os caminhos dos que acabariam de nascer e já se arriscariam a dar continuidade a luta pela liberdade.
Porém o que temíamos passaria a acontecer: mais perdas. Desta vez tirariam de nós nossos costumes, nossa sabedoria e falariam que nada daquilo tinha validade se não fossemos estudiosos especialistas. Quem nascia e vivia na zona rural em meio aos animais livres não seria respeitado como o urbano biólogo, que assistiu atento a vida no zoológico. Incoerências.
A experiência passaria a ser algo inútil para o mundo dos Doutores. E foi assim também que tiraram de nós nossos ideais por transformações da sociedade. Fizeram livros, artigos, teses. Debateram com outros especialistas em outras línguas que nosso povo não entende. Falavam de nosso cotidiano sofrido e usavam nossos filhos como objetos de estudo. Estudaram minuciosamente nossa luta, nossos desejos.
Morreram especialistas, com cargos importantes, em nome do que eu acreditava.
Morri na luta, de tristeza, por ver que até minha ideologia, nascida no coração do povo pobre, eles haviam roubado e levado para um mundo que não pertencia a ela.
Sei que de todas as coisas que perdi se conquistasse uma delas todas as outras voltariam como conseqüência. É por isso que peço aos próximos que retirem nosso anarquismo das mãos deles, dos libertários ao contrário, e com luta gritem: O ANARQUISMO FOI E SERÁ DO POVO POBRE!
* por Gueta
texto original em http://arteparamudar.blogspot.com/2008/01/devolvam-o-anarquismo-ao-povo-pobre.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário