quarta-feira, 12 de agosto de 2009

CANTO DO PÁSSARO SELVAGEM

vou embora vou embora vou embora
canta o pássaro selvagem na cidade
domesticado ao extremo
canta pelas bordas do penar
ele pasma com seu próprio canto
e chora lágrimas externas rachadas suadas calejadas
canta a saudade nostálgica da liberdade
da essência da liberdade
do descompromisso com o tempo

sua maledicência exime sua desobediência
porém o pássaro pardal-águia não voa aquele vôo...
canta amigo suas queixas,
desoladas...
desorientado
parte pro súdito percorrido da vida

vou me embora vou me embora

um canto descomunal em altiplano
uma reverberação da própria luz
que se emite em tonante
uma descomunal vibração se enleva do pássaro selvagem
de volta ao sonho do bater de asas
voar e distanciar-se do mundo cardíaco
percorrido sua trajetória o pássaro selvagem
se entoa como um ser pueril na sua
conflagração atemporal dos antepassados
que com ele voam ao infinito.

jonilson montalvão

Um comentário:

Adriel disse...

infinito que todos voam... que todos querem


Grande Abraço!